quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A Mouraria está a mudar


O banho de multidão que a candidatura UNIR LISBOA ontem recebeu na Mouraria foi para mim uma experiência extraordinária, porque inesperada. Decerto reflecte muita coisa, como o trabalho paciente e inovador que a Manuela Júdice desenvolveu ao longo dos últimos meses e que culminou com a iniciativa TODOS dentro do bairro. Mas também mostra que não podemos desistir de nenhuma parte da cidade.
O bairro, que tem tantos problemas de inclusão e regeneração, está a transformar-se dia a dia e a energia social que nele se começou a organizar está a dar frutos. A Associação "Renovar a Mouraria" levou-nos a uma viagem imaginária pelo bairro medieval mourisco no sábado passado. Fui lá e aprendi muito. E a Casa da Achada – Centro Cultural Mário Dionísio celebrou ontem o seu primeiro aniversário, com uma pequena multidão fascinada com o que a Eduarda Dionísio, com a sua tenacidade e visão pioneira, está a fazer no coração da Mouraria.
É por estas coisas que vale a pena lutar. E, se puderem, passem pela Casa da Achada, na Rua da Achada, ao longo desta semana. Vale a pena e vão gostar.

[b]Helena Roseta[/b]

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma proposta



Talvez por ser das primeiras, talvez porque já acompanhara, por outra via, o tema muito antes de a formalizar; a verdade é que a proposta sobre a antiga Vila Manuel Bernardes (http://www.cidadaosporlisboa.org/index.htm?no=50400000947,054), na Penha de França, foi das que mais regozijo me deu fazer mas também que maior frustração me dá por não a ver implementada passados quase dois anos da sua aprovação em reunião de CML, aprovação arrancada a ferros, aliás.

Esta proposta tem por base uma ideia/projecto de arquitectura paisagista, ainda por cima feito por moradores no bairro (em baixo algumas das imagens virtuais do projecto da autoria de Nuno Almeida e Lília Coelho) e merecedor de um Prémio Jovem Arquitecto Paisagista, e não percebo, sinceramente, uma vez até que a CML dignificou recentemente o miradouro vizinho; não percebo, dizia, como não se resolve de vez este problema que mais não é do que o resultado de anos e anos de especulação imobiliária.

Esta zona e estes terrenos merecem uma acção de campanha eleitoral e muito mais do que isso em pós-eleições. Este bairro precisa destes terrenos livres sob a forma de jardim. Façamos a diferença.

domingo, 27 de setembro de 2009

Pedalar à conta de outrem


Sexta feira passada a “Massa Crítica” foi uma festa. Mais de 170 ciclistas, de idades várias, concentraram-se no Marquês de Pombal a convite daquele movimento e pedalaram juntos pela cidade. Foi a maior concentração de sempre em dia de sexto aniversário do movimento. Participei com prazer, pois andar de bicicleta em Lisboa tornou-se para mim uma companhia e uma necessidade.
Houve no entanto um detalhe que não posso deixar de comentar. Enquanto nos juntávamos todos, um autocarro de matrícula espanhola, enfeitado com as cores da candidatura de Santana Lopes, veio pôr-se à nossa frente. Estava vazio. Como não sou paranóica pensei que estava simplesmente a estacionar em local onde mais autocarros estacionam, ao pé do Parque Eduardo VII. Mas quando arrancámos para as primeiras voltas à rotunda do Marquês, o autocarro veio atrás de nós e foi-se embora. Moral da história: Santana Lopes quis pedalar à conta do seu motorista. Não foi bonito. A “Massa Crítica” é um movimento livre e independente. Mas é de ciclistas, não de autocarros de campanha.



Helena Roseta

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

E prontos.

Em hora de balanço camarário (confesso que prefiro mais o "balancete", a radiografia momento a momento) há duas ou três coisas que tenho de referir no que toca à minha imensamente grata experiência pessoal enquanto assessor no Gabinete CPL desde Jan.08, sendo que a primeira é por inteiro para o gabinete, ele mesmo, que, pelo que já conhecia e fiquei a conhecer dos outros gabinetes, acho, muito sinceramente; fez realmente a diferença e para melhor, em todos os sentidos, mesmo todos, a começar pelas pessoas, claro, que eu não conhecia, e logo aí pelos 3 impecáveis e prestáveis funcionários da CML que o compuseram (tenho a certeza que nos outros gabinetes foi bem diferente), D. Eva, Marília e Sr. Valente - julgo que não se importarão que os mencione.

Em segundo lugar, as portas abertas do gabinete, todos os dias, às mil e uma pessoas que nos fizeram chegar pessoalmente outros tantos problemas e situações, reclamações e sugestões, tão importantes quanto quase sempre ignoradas pela máquina camarária; facto que nos fez desencadear uma resma de propostas, requerimentos e eu sei lá mais o quê (e logo escrevinharei algo sobre isso) com o fito de lhes dar a respectiva resposta positiva, não tanto a resposta pela resposta, para efeito estatístico do fazer de conta, mas muito mais que isso. E saber que, por mais ínfima que tenha sido a minha quota parte nessas respostas, eu contribui para que haja agora a perspectiva real de a CML agir sobre esses assuntos, faz-me sentir com o dever cumprido, passe a lamechice.

Finalmente, a independência que sempre me foi dada pela Arquitecta. Sei que fui um assessor demasiado picuinhas com os projectos de urbanismo, com o espaço público e demais coisas do dia-a-dia (comezinhas para alguns), e sei que terei sido incómodo para alguns. Mas uma coisa é conhecer o seu percurso de frontalidade e independência pelos jornais e pela tv (e só a conheci pessoalmente aquando da sessão de lançamento da candidatura no Cinearte, há pouco mais que 2 anos) e outra, bem diferente, é reconhecê-las no dia-a-dia. Estou-lhe grato por isso, pois duvido que qualquer outro Vereador (ainda para mais político) o tivesse permitido, e, como tantas vezes aconteceu comigo, incentivado a sê-lo. E isso é inestimável.