sábado, 17 de outubro de 2009

Coerência e lealdade


Fui ontem entregar a todos os partidos representados na Assembleia da República uma carta em que lhes pedia, ao abrigo da competência de fiscalização dos actos do Governo (art.º 162 da Constituição), que tomassem a iniciativa de revogar o Decreto-lei 188/2008, através do qual o Governo entregou à Liscont, sem concurso, a concessão por mais 27 anos do terminal de contentores de Alcântara. Sempre considerei esse diploma iníquo. Assinei há um ano a petição para o revogar e afirmei que devíamos levar a batalha até ao fim. É o que estou a fazer.
Mas uma coisa é pedir a revogação da prorrogação de um contrato feita sem concurso, outra é saber se Lisboa deve continuar a ser uma cidade portuária e qual o papel do terminal de Alcântara nesse processo. Para mim é uma evidência histórica e geográfica que Lisboa não deve abandonar o seu porto. O que é preciso, como repeti na última campanha eleitoral, é reconciliar a cidade com o seu rio e os lisboetas com o porto.
As conversações que António Costa tem mantido com todas as entidades intervenientes na zona (porto, operadoras de transporte e ferroviárias, LNEC, etc.) constituirão certamente uma excelente base de trabalho para se encontrar, para aquela zona, a melhor solução. Que não envolve apenas o terminal, mas também o nó ferroviário, as acessibilidades, o funcionamento hidro-geológico do vale de Alcântara e a animação ribeirinha na zona das docas. As questões a resolver são conflituais e tecnicamente complexas, daí a importância do talento negocial de António Costa neste processo, de modo a que a CML estabeleça com rigor os limites do que pode e deve ser feito, do ponto de vista dos interesses da cidade e da frente ribeirinha.
Mas isto não invalida que se critique a decisão inicial de prorrogar uma concessão sem concurso. Por isso não tive dúvidas em tomar a iniciativa que tomei, da qual dei naturalmente conhecimento prévio a António Costa.
É esta a maneira de fazer política em que acredito. Com lealdade mas sem abdicação. Sabendo ouvir e fazendo acordos sempre que necessário, mas sem nunca prescindir dos princípios que dão sentido ao nosso combate – entre os quais, sem hesitação, a defesa da transparência em todos os negócios que tenham o Estado como parceiro.

Helena Roseta

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Exemplo da diferença (3)

E pronto, acabou a campanha e há que começar quanto antes a meter mãos à obra. Está cumprida a primeira parte da missão.

E nada melhor, acho eu, que fazer da remoção dos cartazes de propraganda das ruas, praças e jardins de Lisboa, o primeiro acto da Diferença.

Assim, desejo, realmente, que a CML dê o exemplo e mande retirar no prazo de 48h todos os cartazes que infestaram a cidade durante tempo excessivo. Além do mais será simbólico e elucidativo.

E pode aproveitar a "onda" para fazer ver à CNE que é urgente a redefinição das regras de afixação de propaganda eleitoral. Há demasiados cartazes e pendões para uma capital da UE. Temos que recuperar o atraso geracional.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Reflexão?

reflexão
s. f.
1. Acto ou efeito de reflectir.
2. Prudência.
3. Meditação. [...]


Para mim quer apenas dizer MEMÓRIA. E ao comum dos mortais não será preciso tomar Cerebex para fazer esforço de memória e escolher o quadradinho menos perigoso para Lisboa. Penso eu de que...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

As bicicletas da campanha


Alguma comunicação social fez um sururu por causa do destino das cerca de 200 bicicletas que usámos no passeio de domingo passado à beira-rio. Perguntar não ofende, por isso me informei junto do mandatário financeiro da campanha e posso esclarecer que: comprar é mais barato do que alugar, quando se trata de uma grande quantidade; o total da acção realizada terá custado menos de 5.000 euros; as bicicletas foram entregues aos voluntários que fizeram o percurso de uma hora para poderem continuar a participar em novas “bicicletadas” até ao fim da campanha.
Ninguém ofereceu bicicletas a troco de votos, pelo que qualquer comparação com Valentim Loureiro, como vi escrito num jornal, é um uso abusivo da técnica da amálgama. E com 5.000 euros fazem-se cinco outdoors, que não servem para nada depois das eleições.
Cada bicicleta a mais é um carro a menos na cidade – e esse é um objectivo essencial que não acaba no dia das eleições.
As candidaturas gastam como entendem o dinheiro da campanha eleitoral, desde que cumpram a lei. De todos os gastos é obrigatório prestar contas no final à Entidade das Contas, contas essas que são públicas. Veremos quanto gastaram outros em acções que nada acrescentam à cidade. Mas sobretudo não nos deixemos condicionar por acusações desproporcionadas. Clareza e boa fé são para nós, serão sempre, ingredientes fundamentais da acção política.

Helena Roseta

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um requerimento


De todos os requerimentos CPL em dois anos há um que, pelo resultado final caricato, serve de paradigma do estado camarário acumulado de décadas, que convém corrigir sob pena de não se fazer a diferença. A história resume-se em três pinceladas:

Alertado por terceiros tomei conhecimento do Proc. Nº 440/EDI/2006 (“Processo Reabilitante Em Curso”) para o edifício da antiga engomadoria Ramiro Leão, na Travessa da Pena, edifício registado no Inventário Municipal do Património (nº 24.65) e IIP, diga-se, por causa, claro, não só da fachada em tijolo mas do seu recheio arqueológico industrial. O prédio esteve abandonado anos a fio e o desfecho só poderia ser um:

Projecto de alterações/demolição/construção nova sob a forma de “recriação do edifício original” mas com “ligeiras” diferenças de pormenor entre elas um aumento de cota altimétrica, o que provocou um primeiro parecer negativo do IPPAR, a que se seguiu um positivo condicionado, desde que se mantivesse a fachada bem como a "sua volumetria e ritmo de fenestração’ (grande achado!). Os protestos então apresentados por alguns moradores e pela Junta de Freguesia, esses cairiam sempre em saco roto.

Voltando ao alerta do morador, a questão era evidente: a construção que estava em curso não respeitava minimamente o projecto aprovado, já que às fachadas nem vê-las, o recheio, idem, e a volumetria do que crescia pouco tinha que ver com o que lá estava antes. Daí o requerimento CPL de Novembro de 2008.

Ora, passados que foram cinco (!) meses sobre o mesmo, em Abril de 2009, eis a resposta clara dos serviços: embargue-se!

Contente com o resultado da coisa, alertei quem me havia alertado e fui ver a coisa. Tiro pela culatra. O prédio já estava concluído e neste momento está em venda.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O remake

A campanha autárquica nas televisões parece um remake da campanha legislativa. Em vez dos candidatos autárquicos, a primazia é dada aos chefes de partido que nem sequer são candidatos.
Compreendo que seja mais fácil para os media “cobrir” cinco líderes do que tentar dar um panorama da multiplicidade de 309 campanhas. Mesmo assim parece-me excessivo o tempo de antena dado diariamente aos cinco líderes.
Bem podem as campanhas locais agitar-se por esse país fora. Bem podem estar a acontecer no terreno episódios criativos, campanhas diferentes, disputas aguerridas. O que os telejornais nos servem é ainda o epílogo das legislativas, reduzido a dois temas repetidos à exaustão: o conflito entre o PM e o PR e a muito anunciada disputa de liderança no PSD.
Este processo redutor é ampliado pela formatação do relato televisivo da campanha. Apanha-se uma frase de um lado e espeta-se o microfone à frente do outro a pedir uma “reacção”. Assim se constrói um discurso desinteressado dos programas, puramente virtual nos duetos ou duelos que tenta montar. Assim se privam as pessoas da informação mais detalhada que tinham o direito de receber.
Chego à conclusão que o melhor programa de informação política é, neste momento, o “Gato fedorento esmiúça os sufrágios”. Com uma enorme vantagem: está a aproximar os jovens da política, pela via da crítica, do humor e da irreverência. “Chapeau!”

Helena Roseta

sábado, 3 de outubro de 2009

O drama de uma homem só

Onde é que está a equipa de Santana? Alguém os conhece? Alguém os viu nalgum cartaz? Como é que é possível que uma coligação de 4 partidos 4 só tenha uma cara para mostrar – o Pedro, o Pedro e só o Pedro?
Aqui está mais uma das grandes diferenças entre a candidatura de António Costa e a de Santana Lopes. Deste lado uma equipa de pessoas cujos percursos profissionais e cívicos falam por si; do outro, um homem só, que nem foi solidário das equipas que fez e desfez no passado, nem consegue entender o que significa trabalhar com outros. Por isso critica as “divisões” entre as pessoas da lista UNIR LISBOA. Para os egocêntricos, é sempre muito difícil lidar com a diversidade de opiniões e com o espírito crítico. Com uma agravante: é que mais uma vez o Pedro não acerta nos números. Nunes da Silva, especialista em transportes, é o oitavo da nossa lista, não o sexto; Sá Fernandes é o quarto, não o quinto; e Lisboa perdeu 300.000 habitantes em 30 anos, não em 20.
Não haverá quem lhe faça umas cábulas para ver se acerta?

Helena Roseta

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A Mouraria está a mudar


O banho de multidão que a candidatura UNIR LISBOA ontem recebeu na Mouraria foi para mim uma experiência extraordinária, porque inesperada. Decerto reflecte muita coisa, como o trabalho paciente e inovador que a Manuela Júdice desenvolveu ao longo dos últimos meses e que culminou com a iniciativa TODOS dentro do bairro. Mas também mostra que não podemos desistir de nenhuma parte da cidade.
O bairro, que tem tantos problemas de inclusão e regeneração, está a transformar-se dia a dia e a energia social que nele se começou a organizar está a dar frutos. A Associação "Renovar a Mouraria" levou-nos a uma viagem imaginária pelo bairro medieval mourisco no sábado passado. Fui lá e aprendi muito. E a Casa da Achada – Centro Cultural Mário Dionísio celebrou ontem o seu primeiro aniversário, com uma pequena multidão fascinada com o que a Eduarda Dionísio, com a sua tenacidade e visão pioneira, está a fazer no coração da Mouraria.
É por estas coisas que vale a pena lutar. E, se puderem, passem pela Casa da Achada, na Rua da Achada, ao longo desta semana. Vale a pena e vão gostar.

[b]Helena Roseta[/b]

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Uma proposta



Talvez por ser das primeiras, talvez porque já acompanhara, por outra via, o tema muito antes de a formalizar; a verdade é que a proposta sobre a antiga Vila Manuel Bernardes (http://www.cidadaosporlisboa.org/index.htm?no=50400000947,054), na Penha de França, foi das que mais regozijo me deu fazer mas também que maior frustração me dá por não a ver implementada passados quase dois anos da sua aprovação em reunião de CML, aprovação arrancada a ferros, aliás.

Esta proposta tem por base uma ideia/projecto de arquitectura paisagista, ainda por cima feito por moradores no bairro (em baixo algumas das imagens virtuais do projecto da autoria de Nuno Almeida e Lília Coelho) e merecedor de um Prémio Jovem Arquitecto Paisagista, e não percebo, sinceramente, uma vez até que a CML dignificou recentemente o miradouro vizinho; não percebo, dizia, como não se resolve de vez este problema que mais não é do que o resultado de anos e anos de especulação imobiliária.

Esta zona e estes terrenos merecem uma acção de campanha eleitoral e muito mais do que isso em pós-eleições. Este bairro precisa destes terrenos livres sob a forma de jardim. Façamos a diferença.

domingo, 27 de setembro de 2009

Pedalar à conta de outrem


Sexta feira passada a “Massa Crítica” foi uma festa. Mais de 170 ciclistas, de idades várias, concentraram-se no Marquês de Pombal a convite daquele movimento e pedalaram juntos pela cidade. Foi a maior concentração de sempre em dia de sexto aniversário do movimento. Participei com prazer, pois andar de bicicleta em Lisboa tornou-se para mim uma companhia e uma necessidade.
Houve no entanto um detalhe que não posso deixar de comentar. Enquanto nos juntávamos todos, um autocarro de matrícula espanhola, enfeitado com as cores da candidatura de Santana Lopes, veio pôr-se à nossa frente. Estava vazio. Como não sou paranóica pensei que estava simplesmente a estacionar em local onde mais autocarros estacionam, ao pé do Parque Eduardo VII. Mas quando arrancámos para as primeiras voltas à rotunda do Marquês, o autocarro veio atrás de nós e foi-se embora. Moral da história: Santana Lopes quis pedalar à conta do seu motorista. Não foi bonito. A “Massa Crítica” é um movimento livre e independente. Mas é de ciclistas, não de autocarros de campanha.



Helena Roseta

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

E prontos.

Em hora de balanço camarário (confesso que prefiro mais o "balancete", a radiografia momento a momento) há duas ou três coisas que tenho de referir no que toca à minha imensamente grata experiência pessoal enquanto assessor no Gabinete CPL desde Jan.08, sendo que a primeira é por inteiro para o gabinete, ele mesmo, que, pelo que já conhecia e fiquei a conhecer dos outros gabinetes, acho, muito sinceramente; fez realmente a diferença e para melhor, em todos os sentidos, mesmo todos, a começar pelas pessoas, claro, que eu não conhecia, e logo aí pelos 3 impecáveis e prestáveis funcionários da CML que o compuseram (tenho a certeza que nos outros gabinetes foi bem diferente), D. Eva, Marília e Sr. Valente - julgo que não se importarão que os mencione.

Em segundo lugar, as portas abertas do gabinete, todos os dias, às mil e uma pessoas que nos fizeram chegar pessoalmente outros tantos problemas e situações, reclamações e sugestões, tão importantes quanto quase sempre ignoradas pela máquina camarária; facto que nos fez desencadear uma resma de propostas, requerimentos e eu sei lá mais o quê (e logo escrevinharei algo sobre isso) com o fito de lhes dar a respectiva resposta positiva, não tanto a resposta pela resposta, para efeito estatístico do fazer de conta, mas muito mais que isso. E saber que, por mais ínfima que tenha sido a minha quota parte nessas respostas, eu contribui para que haja agora a perspectiva real de a CML agir sobre esses assuntos, faz-me sentir com o dever cumprido, passe a lamechice.

Finalmente, a independência que sempre me foi dada pela Arquitecta. Sei que fui um assessor demasiado picuinhas com os projectos de urbanismo, com o espaço público e demais coisas do dia-a-dia (comezinhas para alguns), e sei que terei sido incómodo para alguns. Mas uma coisa é conhecer o seu percurso de frontalidade e independência pelos jornais e pela tv (e só a conheci pessoalmente aquando da sessão de lançamento da candidatura no Cinearte, há pouco mais que 2 anos) e outra, bem diferente, é reconhecê-las no dia-a-dia. Estou-lhe grato por isso, pois duvido que qualquer outro Vereador (ainda para mais político) o tivesse permitido, e, como tantas vezes aconteceu comigo, incentivado a sê-lo. E isso é inestimável.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Exemplo da diferença (2)

Outra ideia: a transparência. A dois tempos: CML e CPL. Assim, em eventuais pelouros, cargos, gabinetes ou secretárias que venham a ter como protagonistas Cidadãos por Lisboa, efectivos ou suplentes (CML, AML, Juntas, empresas municipais, task forces, etc.), a informação respeitante aos assuntos respectivos deve ser disponibilizada em tempo real, online, não de forma reactiva mas pró-activa. Toda. O mesmo no que toca aos vencimentos, regalias, senhas de presença, subsídios, etc. dos eleitos, representantes e membros CPL, a tempo inteiro ou não, de todo e qualquer cargo, gabinete e assessoria, mas também os respectivos direitos e deveres que os assistem, deixando aberta a possibilidade a quem queira evocar o direito à privacidade. Está no seu direito.

Paisagens e...pintores.


Uso regularmente esta “paisagem com aves”, pintura de Roeland Savery, pintor flamengo do século XVII.
É uma paisagem impossível dada a promiscuidade de aves, de tempos e espaços diferentes, algumas como o “dodo” da minha grande simpatia já extintos, e com uma estória que a essa extinção conduziu, nomeadamente pela introdução de ratos pelos navegadores que lhes comiam os ovos, além de esta variante, mais rija, de peru ter confortado estômagos sequiosos de vianda.
A paisagem é impossível e eu coleccionador das mesmas tenho CV para o afirmar.
E misturar o que não se deve também dá uma grande caldeirada.
Mas cabe ao leitor discernir na floresta as árvores de sombra, das de fruto, das cujas funções são de consolidação da paisagem. E também perceber quais as que são daninhas no, nesse, espaço e quais as que são desadequadas à sustentabilidade social, e essa tem que ser também economia e ambiente.
Vemos muitas vezes afirmações com que concordamos de adversários políticos, mas devemos fazer como Ulysses a bordo da nau de entorpecidos pelo falso canto das ninfas e analisá-las retirando-lhes a casca, e procurando a coerência de pensamento e de passado nos pontos com que concordamos.
Ficaremos com uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
Vale mais o risco e a dúvida que seguir vozes ao vento, sobretudo quando já sabemos do medonho eco.
Que não nos assusta que estamos com leme firme e sabemos que “Navegar é Preciso”.
António Eloy

sábado, 8 de agosto de 2009

Há pessoas "boas" por todo o lado. Nem sempre as pessoas "boas" partilham os nossos valores, nem sempre essas comungam as mesmas ideais, e a mesma forma e método de lhe dar conteudo.
E cruzamos na nossa vida muita gente, acompanhamos alguma dessa e recordamos, mantemos na nossa gaveta de espirito e tempo, outra.
Cruzei-me com o Raul Solnado algumas, muitas vezes no Procópio. Algumas vezes com amigos comuns partilhámos um copo, umas histórias, estórias.
No Procópio mantenho muitas memórias, embora tenha por caminhos da vida, sido-lhe menos frequente ultimamente.
O Raul Solnado ao vivo era um Hagá grande, de/do tempo, de outros tempos.
Fica na memória, também esse H, que o outro o artista genial perdurará na imagem e no nosso ouvido.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O tempo, escasso, não permitiu mais. Talvez só em meia dúzia de freguesias de Lisboa a coligação entre os membros, individuais/independentes dos C.P.L.s e o P.S. se vá concretizar.
Será uma mais valia absoluta nessas, para essas.
Uma lógica de não partido, a frescura de quem olha as coisas sem outros filtros que não os do seu envolvimento, irá contribuir para o reforço ou a vitória de novas disponibilidades.
Estórias há destes, por estes, entendimentos. As contarei,,,

sábado, 25 de julho de 2009

Vidas Alternativas,,,

Sou um activista de todos os direitos. Partilho lutas, convergências e por vezes divergências nessas. Tenho que referir que sou, por "defeito", intransigente nos princípios, e intolerante contra a intolerância, e esse mau feitio é epidérmico.
Partilho convergências com o António Serzedelo à muito. Tem ele tido a gentileza de ouvir para http://www.vidasalternativas.eu/, diversos C.P.L.s
Recentemente ouviu-me sobre o desafio que Lisboa enfrenta.
Que também é o desafio de dar voz a todas as minorias que são maioria, a todos e todas.
Não penso que a liberdade esteja em risco, mas temo uma cidade menos plural, menos diferente

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Exemplo da diferença (1)

Seria, desde já, e em campanha eleitoral, os CPL abdicarem dos cartazes e do panfletozinho na caixa de correio, e apostarem nas novas tecnologias a 100%. Info-excluídos? Há meios de fazer chegar a mensagem visualmente, de forma simples, atractiva e barata. Contribuiremos para diminuir os índices de poluição e muitos dos obstáculos físicos ao peão. E, também, porque ninguém no seu perfeito juízo vota ou deixa de votar em A ou B por causa de um cartaz, por maior ou mais franzino e reciclável que seja, por mais ou menos "photoshot" dentífrico ou "botox" epidérmico, dérmico e endodérmico que apresente, nem por receber em casa muita ou pouca tralha com mensagens mais ou menos recicláveis. Último, e mais importante, as árvores agradecem.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Hoje uma jornalista perguntou-me qual seria a nossa posição nas legislativas.
Respondi-lhe que logo postaria um documento sobre o que é importante, o processo e o debate de ideias.
E disse-lhe que não esperasse nenhuma posição da nossa parte, e penso que posso no caso assumir um discurso colectivo, que não fosse em coerência com o percurso de cada um/uma, que não esperasse o que, como está dito, não se pode, ninguém pode, concluir de um acordo específico, localizado e que tem que ver com uma situação concreta, com um julgamento de mérito e com possibilidade de intervenção que desse resulta, se repercutisse em qualquer outra situação, dele se podesse concluir qualquer outra intenção.

Disse-lhe que não há C.P.L. fora do âmbito autárquico de Lisboa, mas os seus membros têm passado, e nesse caminhos. Da participação cívica de cada um pode resultar posição, posições que serão sempre individuais e totalmente independentes, mas que serão de certeza no sentido de reforçar as lutas por princípios de que não transigimos, serão sempre no apoio aos que fazem que mereça a pena a intervenção e o empenho.

Os que me conhecem sabem que não tenho duas palavras e não volto as costas às lutas e aos empenhos.
Participarei por aqui e por ali, em autarquias e em distritos eleitorais em combates políticos, a título individual e só envolvendo o meu apoio pessoal. Sem que seja a bandeira a determinar a minha posição, porque julgo que o mais importante é o programa, os programas e a confiança em quem os protagoniza.
A vida devia ser assim e a política a resposta a essa.
Hoje venho aqui, mostrar que também estamos atentos.
(...)
Cada eleição é uma eleição.
Não ignoramos a dimensão global da política e nessa que os programas e os seus protagonistas a todos os níveis são de escrutinar.
E não deixaremos de nos entusiasmar com os que procuram problematizar os problemas nacionais, não fugir ás respostas e para elas fazer as perguntas certas.

Foi agora divulgado, produzido e subscrito por individualidades com provas dadas de intervenção e cidadania, na sociedade portuguesa, um Manifesto:
O NOSSO PRESENTE E O NOSSO FUTURO: ALGUMAS QUESTÕES PREMENTES
http://www.cidadaosdebatempolitica.net/
As perguntas neste constantes são, em muitos casos as traves de estruturação da nossa intervenção na polis nos últimos dois anos.
A questão da transparência motivou inclusive diversas acções nossas junto do Parlamento, além de intervenções pela cidade.
O rigor é pedra de toque na nossa acção, e é com o maior entusiasmo que defendemos lógicas de participação cívica e intervenção empenhada da cidadania.
Desde já independente de uma avaliação pormenorizada do mérito do documento vimos referir a nossa confluência nas perguntas que são formuladas e o apoio ao empenho cívico que é através destas testemunhado.

António Eloy

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A vida, como nos diz o Paulo é complicada, e cheia de imprevistos e o mais importante é sentirmos que estamos a fazer o que é justo, dar continuidade ao passado e às heranças deste, que estamos a contribuir para simplificar e melhorar procedimentos, que connosco à melhor ouvidoria, que não temos comitês centrais a ditar-nos a sua piedade, porque não fazemos política com esse sentimento mas com a racionalidade da defesa da participação.
Rigor, transparência e participação, são com novas idéias de sustentabilidade e re, muitos re, de que falarei o mote que será continuidade na gestão da cidade, ou que desejamos.

A vida também é, como subjaz ao texto de Helena Roseta, e tenho que referir com muita injustiça para quem a vai conhecendo, a sua capacidade e trabalho, incompreensão e juízos apressados.

Incompreensão, até de alguns companheiros íntimos, porque o acordo para listas conjuntas que estabelecemos, com o prejuízo da nossa identidade expressa, mas sem transigir na nossa rebeldia (lá está um re!) e valores, sem transigir da nossa idéia de cidade nem da nossa autonomia de estar e pensar foi o necessário no actual quadro político, e é o que nos permitirá com lealdade institucional e firmeza na determinação contra os demos no acordo referenciados, a especulação imobiliária, a ausência de rigor no uso dos recursos e o ganhócio urbano (negócio onde o interesse público é substituído pelo ganho privado), continuar a erguer a nossa voz.

Estivemos na 1ª linha nos grandes combates da cidade contra a sua destruição, muitas vezes sozinhos, outras apunhalados pelas costas (em imagem,,,,) por outros que agora se arvoram de bandeiras que pena não as terem erguido quando foi, teria sido, útil (aeroporto, terceira travessia, terminal de Alcântara, entrada do TGV). Continuaremos a bater-nos pelo melhor para Lisboa, nestes como outros combates, com a coerência intacta.

Incompreensão e juízos errados, e tenho que referir muitos até ofensivos, de todos os que nos temos empenhado, com idéias substantivas e procedimentos claros, sobre supostas 2.ªs intenções escondidas ou outras cartas na manga.
Cada cidadão é um cidadão e pensa e age pela sua cabeça.
A confluência de vontades e projectos que confluiu em 2007 e encontrou a protagonista com força para dar sentido a pensamento de independência e autonomia cidadã não vai sumir-se. Desenganem-se os que o pensam e julgam.
Passado a borrasca e quando o vento limpar os ruídos que perturbam a paisagem veremos que em construção, como formiguinha continuamos a fazer carreiro.

O que importa é o sonho

As coisas são o que são. Os riscos também. Na CML e sobretudo em Lisboa. Daí a inevitabilidade da coisa. Isso e o gozo que os CPL, e a Arq. Helena Roseta, em particular, me propiciaram de, durante cerca de 2 anos, poder travar este ou aquele atentado ao património, fazer esta ou aquela proposta, este ou aquele requerimento - de que quase ninguém soube, é certo, mas feitos todos tão somente pelo sonho de os ver concretizados -, fez-me aceitar com muito gosto estar aqui. Não contem comigo para dialéticas esquerda-direita. Nem para Zé, Parte II. «Apenas» para ajudar a fazer a diferença em Lisboa. Ajudem-me, também, a manter o élan. E corrijam-me, quando (se) eu o não fizer.

domingo, 19 de julho de 2009

Mais Cidadania (1)

O tempo, e desde já é esse tempo, irá mostrar que os Cidadãos por Lisboa não se diluíram, num regresso ou integração no PS por diversos procéres anunciado, mas que o acordo coligatório mantém a nossa autonomia. As listas conjuntas que vamos construir não são uma abdicação: são a única solução possível de convergência de esforços, num momento de escolha difícil e num quadro legal que proíbe os movimentos de cidadãos de fazerem coligações. Quadro muito desigual que é aliás de duvidosa constitucionalidade, quer a nível da lei eleitoral autárquica, quer da lei do financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais.
No espaço de rigor de gestão e de busca de maior sustentabilidade e participação, onde convergimos com António Costa e o PS e que pensamos necessário para a cidade, continuaremos a afirmar identidade própria, presença política e relevância de intervenção. O acordo de cooperação que honrámos ao longo do último ano mostra que, ao contrário dos prognósticos também nessa altura adiantados, afirmámos sempre a nossa autonomia, sem deixar de assumir todas as responsabilidades decorrentes dos compromissos firmados.
Queremos influenciar as eleições autárquicas e contribuir com a nossa diferença para uma dinâmica de cidade para os cidadãos e não para a especulação imobiliária, de esverdeamento e não de tunelizações automóveis, de proximidade e descentralização e não de poder pessoal e majorettes. Queremos que essa dinâmica se afirme ganhadora. Após as eleições, e no quadro da lealdade institucional, autonomizaremos a nossa presença nos órgãos camarários, como o acordo de listas conjuntas explicita.
O acordo é para e em Lisboa. É um acordo para e com a cidade. Em relação ao país, tal como consta do acordo, queremos e exerceremos maior autonomia e afirmação face a qualquer governo e não deixaremos de reivindicar mais respeito pelos poderes da autarquia e maior partilha dos custos da capitalidade.

Helena Roseta