A campanha autárquica nas televisões parece um remake da campanha legislativa. Em vez dos candidatos autárquicos, a primazia é dada aos chefes de partido que nem sequer são candidatos.
Compreendo que seja mais fácil para os media “cobrir” cinco líderes do que tentar dar um panorama da multiplicidade de 309 campanhas. Mesmo assim parece-me excessivo o tempo de antena dado diariamente aos cinco líderes.
Bem podem as campanhas locais agitar-se por esse país fora. Bem podem estar a acontecer no terreno episódios criativos, campanhas diferentes, disputas aguerridas. O que os telejornais nos servem é ainda o epílogo das legislativas, reduzido a dois temas repetidos à exaustão: o conflito entre o PM e o PR e a muito anunciada disputa de liderança no PSD.
Este processo redutor é ampliado pela formatação do relato televisivo da campanha. Apanha-se uma frase de um lado e espeta-se o microfone à frente do outro a pedir uma “reacção”. Assim se constrói um discurso desinteressado dos programas, puramente virtual nos duetos ou duelos que tenta montar. Assim se privam as pessoas da informação mais detalhada que tinham o direito de receber.
Chego à conclusão que o melhor programa de informação política é, neste momento, o “Gato fedorento esmiúça os sufrágios”. Com uma enorme vantagem: está a aproximar os jovens da política, pela via da crítica, do humor e da irreverência. “Chapeau!”
Helena Roseta
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
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